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  • 30
  • JUN
  • 2014

Projeção de inflação neste ano é elevada para 6,4%

Inflação em alta beirando perigosamente o teto da meta, tombo nos investimentos, recuo da indústria e crescimento menor do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014. O cenário não poderia ser mais negativo neste ano de eleições, mas é essa a fotografia atual da economia brasileira do último ano de governo da presidente Dilma apresentada ontem pelo Banco Central no Relatório Trimestral de Inflação.
Pelas novas projeções do BC, o IPCA - índice oficial - deverá fechar o ano em 6,4%, próximo do teto de 6,5% fixado pelo governo. A projeção de alta para 2014 subiu 0,3 ponto porcentual em três meses, de março a junho, e o risco de estouro do teto da meta é hoje de 46%. Qualquer pressão adicional nos preços colocará em xeque a meta e obrigará o BC a dar explicação oficial sobre o que deu errado na condução da política monetária
Com a nova previsão, mais uma vez o BC adia a entrega da inflação no centro meta de 4,5% depois de a presidente prometer por três anos que o IPCA iria convergir para o objetivo oficial. O BC sinalizou que o processo de convergência será mais longo ao mostrar que a inflação vai continuar elevada e bem acima do teto da meta até o final do primeiro semestre de 2016, um ano e meio depois do início do próximo governo. A projeção de IPCA mais longa, incluída no relatório, é de 5,1% para junho de 2016.
Conforto
Apesar da deterioração de todas as previsões de inflação e de ter retirado a avaliação de que a alta de preços seria um processo de curta duração, o BC interrompeu a alta de juros e deu sinais que está confortável com quadro inflacionário, apostando que o crescimento mais baixo do que o potencial da economia vai controlar a inflação. Uma aposta considerada de risco pelos analistas econômicos, já que a inflação tem se mantido elevada por tempo prolongado.
“ A economia e a inflação vão reagir ao esforço monetário feito”, disse Carlos Hamilton, diretor de Política Econômica do BC. Segundo ele, a potência do impacto dos aumentos de juros teria, inclusive aumentado.
Para Luís Otávio Souza Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil, o BC está “satisfeito” com a sua política de juros. “Ou seja, no curto prazo não teremos mudança do atual patamar da Selic”, disse Leal. No relatório, avaliou Leal, o BC reconhece que no curto prazo a inflação deve se mostrar resistente por causa da necessidade de se ajustar os preços administrados, mas que, no cenário à frente, a inflação deve ceder. Outro fator de pressão da inflação - os custos salariais - na visão do BC tende a arrefecer.
“O BC está convencido de que economia fraca vai reduzir inflação, mas nada garante que isso ocorrerá”, ponderou José Márcio Camargo, economista-chefe da Opus Gestão de Recursos. “Se os preços administrados subirem mais que os 6% projetados pelo BC para 2015, é bem provável que a inflação vai superar o teto no próximo ano”, previu.
(Tribuna do Norte)
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