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Quando se fala de imóveis no Brasil, é quase impossível não esbarrar no dilema da existência ou não de uma bolha imobiliária. Especialista se divide sobre o tema, enquanto os compradores veem o preço subir ao longo dos anos.
Para o presidente da rede Secovi (Sindicato da Habitação) de imóveis, Nelson Parisi Junior, suposições sobre a existência de uma bolha imobiliária no Brasil desencadeia uma séria de analises equivocadas sobre a realidade do mercado imobiliário. “Quem ampara seus argumentos, para a bolha brasileira no episodio ocorrido nos Estados Unidos em 2008 demonstra um profundo desconhecimento sobre o mercado imobiliário” afirma.
Segundo ele, os bancos brasileiros são criteriosos na hora da concessão de crédito e, na media, financiam 65% do imóvel. Já nos EUA e em alguns países da Europa, esse percentual atingia 120%.
Outro fator que nega a existência de bolha no mercado brasileiro é o percentual de participação dos financiamentos com relação ao PIB (Produto Interno Bruto), diz Junior. “Em países que tiveram o preço dos imóveis reduzidos, em função da bolha, o total do credito superava 50% do PIB – em alguns casos, passava 130% do PIB.”
Nos EUA, em 2006, um ano antes de os preços começarem a cair, a relação era 79% do PIB. No Brasil apesar de todo o crescimento nos ultimo anos, esse numero é hoje de aproximadamente 8,1% do PIB.
Preços
Alguns especialistas afirmam que agora não é o momento adequado para se comprar um imóvel, pois a tendência é de os preços caiam. Para o presidente da instituição, diversos fatores indicam que os preços não vão reduzir.
No caso de São Paulo, por exemplo, os terrenos estão cada vez mais escassos; com isso, imóveis que não se encontravam à venda são comprados com a finalidade de formar áreas para incorporação. Assim, os proprietários, cientes da falta de oferta, pedem por eles cifras muitas vezes descoladas da realidade.
A falta de mão de obra qualificada é outro percalço enfrentado pelas empresas do setor. “Os bons profissionais são contratados com salários cada vez maiores, e não houve tempo para formação de técnicos para suprir a demanda. Isso, somado aos preços dos materiais de construção e alguns insumos, tem elevado os custos de construção acima da inflação.” Afirma.
Além disso, há quem tente atribuir a ascensão dos preços à ânsia do mercado em obter mais lucros. Desde a abertura de capital de grandes empresas do setor, em 2007,.até o ano passado, a media de margem liquida tem se mantido estável na casa dos 15%, explica Junior.
“Dado este emaranhado de variáveis, é praticamente improvável que o preço dos imóveis novos caiam, como desenham alguns especialistas. A boa noticia é que não há previsão de significativas altas como as havidas nos últimos anos. Se aumentar será em menor grau, acompanhado da variação da inflação.”
(InfoMoney)
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